A consultora portuguesa Engimind concluio o projeto de BRT (Bus Rapid Transit) de Campinas, que irá transformar a a face da terceira maior cidade do Estado de São Paulo, que conta com mais de um milhão de habitantes.O novo sistema de transportes da cidade, o Bus Rapid Transit (BRT), traduz-se na criação de três vias dedicadas e exclusivas para autocarros próprios num total de 37 quilómetros – complementadas por 44 estações com sistemas elevatórios de entrada e saída de passageiros e ligações aos restantes sistemas de transportes da cidade.
“O BRT é um sistema que nasce no Brasil nos anos 70 e acabou por se implantar no resto do país e em toda a América Latina. Pelas suas particularidades únicas e evolução técnica, nos últimos anos, este sistema transpôs barreiras geográficas e espalhou-se por África, Ásia e mais recentemente surgiram os primeiros projetos nos países nórdicos, que são conhecidos pela sua eficiência no domínio dos transportes. Atualmente estima-se que 27 milhões de passageiros usem este transporte público em todo o mundo,” explica André Remédio, da Engimind.
A par da requalificação urbana prevista ao longo dos 37 quilómetros – outra das caraterísticas do BRT – o novo sistema de transporte público de Campinas irá permitir reduzir em mais 30 por cento os tempos de deslocação das pessoas em cada um dos três corredores de campinas, em 35 por cento o consumo de combustível e reduzir ainda em 85 por cento a emissão dos gases com efeito de estufa. O projeto de conceção teve um custo global em torno de um milhão de euros e a obra deverá iniciar-se até ao final do ano.
“A razão do sucesso do BRT reside não só na sua elevada flexibilidade mas também na sua capacidade de transporte e no baixo custo face aos restantes sistemas de transportes. Ele pode ser implementado em canais pré-existentes, tem capacidade para transportar até 45 mil pessoas hora e com um custo de construção por quilómetro que é dez vezes inferior ao custo do elétrico e 50 vezes inferior ao do metro. Com a evolução técnica, este sistema de transporte afirma-se cada vez mais como alternativa também em vários pontos do globo com o norte da Europa a contar hoje com os primeiros projetos de BRT integrados nos atuais sistemas de transporte” acrescenta André Remédio.
O BRT funciona sempre em complemento e integrado nos sistemas de transportes em funcionamento em cada cidade. No caso de Campinas será integrado num sistema de transporte público que transporta diariamente 650 mil pessoas através de 202 linhas de autocarros e uma frota com 1.200 autocarros.
A par do projeto do BRT, a consultora Engimind tem estado envolvida em inúmeros projetos na área de mobilidade e transportes no Brasil: é responsável pelo projeto de expansão do maior shopping da América Latina (Shopping D. Pedro, na componente dos acessos e estacionamento), pelo novo troço de BRT de Brasília inaugurado este verão pela Presidente do Brasil e tem participado nos diversos estudos de mobilidade para os sistemas de metro e metro ligeiro de superfície em diversos estados brasileiros e aeroportos brasileiros.
Em Portugal, a Engimind tem desenvolvido soluções de mobilidade ao nível das infraestruturas dos principais centros comerciais e infraestruturas rodoviárias. Há cerca de quatro anos iniciou o processo de internacionalização, sendo atualmente uma das empresas portuguesas com mais projetos nas áreas da mobilidade e de transportes no Brasil. Além do Brasil, a Engimind esteve envolvida nos estudos de mobilidade e tráfego do Aeroporto de Luanda, Terminal de Nova Deli, Porto de Calais, entre outros projetos espalhados por países europeus, sul americanos e africanos.